1- Cerca de 8
milhões de brasileiros já experimentaram maconha. O dado é do segundo
Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, realizado pelo Governo Federal em
parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Dos 8 milhões que
já fumaram a erva, aproximadamente 1,5 milhão faz isso diariamente.
2- A tese de que a maconha é uma porta de entrada para outras
drogas pode não fazer sentido. Pelo menos, foi o que apontou um estudo da Universidade
de Pittsburgh. Nele, 214 meninos com algum tipo de envolvimento com drogas
legais ou ilegais foram acompanhados dos 10 aos 22 anos. No fim do experimento,
não foi constatada nenhuma relação direta entre o consumo de maconha e o
posterior uso de outras substâncias. Segundo cientistas, fatores como pouca
ligação com os pais se mostraram mais influentes no envolvimento com drogas.
3- O consumo de maconha pode ser maior entre os jovens que
trabalham do que entre aqueles que não. A tendência foi apontada num estudo da
psiquiatra Delma de Souza, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). No
trabalho, ela constatou que 8,6% dos jovens trabalhadores de Cuiabá já
consumiram a droga - contra 4,4% entre aqueles que não trabalham. Participaram
da pesquisa cerca de 3 mil estudantes com idades entre 10 e 20 anos.
4- As taxas de crimes como assalto, assassinato e estupro não
aumentaram nos 11 estados americanos que legalizaram o uso da maconha para fins
medicinais entre 1990 e 2006. O dado é de um estudo realizado por médicos
da Universidade de Dallas. Com base em dados do FBI, o levantamento aponta
que crimes como homicídio e assalto até diminuíram em alguns estados após a
adoção da medida.
5- O consumo regular de maconha pode alterar a estrutura do
cérebro. A constatação é de médicos da Universidade de Northwestern. Num
estudo realizado por meio de ressonâncias magnéticas com 20 pessoas que usavam
a droga pelo menos uma vez por semana e 20 que não usavam, eles constataram
diferenças de tamanho e forma no órgão daqueles que eram consumidores de
maconha. Segundo os cientistas, essas diferenças indicavam que o cérebro tenta
se adaptar à exposição à droga.
6- A ideia de que fumar maconha afeta memória pode estar correta.
Um estudo da Universidade de Northwestern com 97 participantes que já
tinham consumido a erva diariamente por cerca de três anos indicou alterações
cerebrais nas áreas do órgão responsável pela memória e mau desempenho em
testes realizados pelos cientistas. Na época do estudo, todos os voluntários
tinham parado de usar a droga havia aproximadamente dois anos.
7- Cerca de mil neozelandeses participaram de um estudo realizado
pela Universidade Duke entre 1972 e 2012. De acordo com os
pesquisadores, testes realizados aos 13 e aos 38 anos com voluntários que
começaram a usar maconha na adolescência e prosseguiram durante a vida
apontaram um declínio médio de 8 pontos no quociente de inteligência dessas
pessoas.
8- A legalização da maconha para fins medicinais vigente hoje em 21
estados americanos e no distrito de Colúmbia não causou aumento do número de
usuários adolescentes. O dado é de um estudo realizado pelo Hospital de
Rhode Island. De acordo com o trabalho que envolveu informações fornecidas por
estudantes ao longo de 20 anos em diversos levantamentos, a quantidade de
jovens que afirmavam ter consumido maconha no último mês ficou sempre por volta
de 20% - antes e depois da legalização.
9- Um levantamento realizado pela Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp) num hospital da zona norte de São Paulo com 1000 adolescentes
grávidas mostrou que 1,7% delas admitia ter usado drogas como maconha e cocaína
durante a gravidez. Estudos apontam que o consumo da droga durante a gravidez
afeta a formação do bebê.
10- Distúrbios psicóticos (como alucinações, insônia severa e
sensação de angústia intensa) são mais comuns entre pessoas que usam a maconha.
A constatação é fruto de um estudo do Instituto de Psiquiatria de Londres.
Nele, 1.900 pessoas entre 14 e 24 anos foram acompanhadas por cientistas por
oito anos. No fim, verificou-se que a ocorrência de psicoses era mais comum
entre quem usava ou já havia usado a droga do que entre quem nunca havia usado.
11- Mais de 2.320 tuítes com referências à maconha publicados entre
maio e dezembro do ano passado foram alvo de uma análise por parte de
cientistas da Universidade de Washington. Nela, eles constataram que 82%
das mensagens sobre a erva eram positivas, 18% eram neutras e apenas 0,3%
exibiam opinião expressamente negativa em relação à droga.
12- Fumar maconha de duas a três vezes por mês não faz mal aos
pulmões. A constatação é de um estudo assinado por oito médicos e divulgado na
publicação científica Journal of the American Medical Association. Para o
artigo, cinco mil americanos entre 18 e 30 anos de cinco cidades diferentes
foram submetidos a questionários sobre o uso da erva e sobre suas capacidades
físicas.
13- Quando você põe uma comida gordurosa na boca, sua língua envia
ao cérebro um sinal que estimula a produção de endocanabinóides no intestino. A
descoberta é de pesquisadores da Universidade da Califórnia. A liberação
de endocanabinóides ativa em nosso corpo os canabinóides, que são os mesmo
receptores responsáveis pela sensação de "barato" gerada pela
maconha.
14- Iniciar o consumo de maconha antes dos 15 anos de idade aumenta
em duas vezes as chances de desenvolver insônia e outros problemas relacionados
ao sono. A informação foi divulgada num estudo realizado por cientistas
da Universidade da Pensilvânia com 1.811 pessoas que tiveram contato
com a substância.
15- Cientistas da Universidade de Minnesota descobriram
traços no DNA que diferenciam o cânhamo da maconha. As duas plantas pertencem à
espécie Cannabis sativa. Porém, o cânhamo possui uma concentração muito menor
do princípio ativo THC (que gera os efeitos alucinógenos da droga) e, por isso,
pode ser considerado um primo sóbrio da maconha — sendo usado na
indústria têxtil em função de suas fibras.
16- Os espasmos gerados pela esclerose múltipla podem ser aliviados
com auxílio da maconha. Pelo menos, é o que indica um estudo realizado por
cientistas da Universidade da Califórnia. Num experimento com 30 pacientes
com idade média de 50 anos, eles constataram o efeito benéfico entre aqueles
que fumaram a erva durante o tratamento. Entretanto, mais estudos são
necessários para confirmar a descoberta.
17- A maconha contém uma substância que pode atenuar alguns
sintomas da esquizofrenia. Essa substância é o canabidiol e sua relação com a
esquizofrenia é estudada por Antonio Zuardi, psiquiatra ligado à Universidade
de São Paulo (USP). Ele lembra que o uso isolado de canabidiol não gera efeitos
alucinógenos. Essa característica está associada a outras substâncias presentes
na erva, como o Tetrahidrocanabinol ou THC (que gera alucinações e não é
recomendado para esquizofrênicos).
18- Em abril, a justiça brasileira autorizou que uma mulher
importasse legalmente um remédio à base de canabidiol (CDB). Um dos
80 princípios ativos da maconha, o CDB é usado nos EUA em medicamentos para
convulsões causadas pela epilepsia. Embora não cure a doença, ele alivia as crises.
Entretanto, há dúvidas sobre possíveis efeitos nocivos causados pela substância
em tratamentos prolongados.
19- Um estudo da Universidade de Washington com fêmeas de
camundongo mostrou que elas eram 30% mais sensíveis ao efeitos do THC
(principal componente alucinógeno da maconha) do que os machos. Segundo os
cientistas, a razão disso seria a maior concentração nelas do estrogênio
(hormônio ligado ao processo de ovulação e outras características femininas).
Esse hormônio as tornaria mais sensíveis ao THC.
20 - Os casos de violência doméstica são menos frequentes entre
casais que fumam maconha. A constatação é fruto de um estudo com 634 casais
realizado pela Universidade de Buffalo, nos EUA. De acordo com o
levantamento, quanto mais frequente era o consumo da erva, menos frequente se
tornavam as agressões.
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