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A Microsoft entrou no negócio da maconha, com um tipo de GPS da erva.

Sim, isso mesmo. A gigante dos softwares desenvolveu um programa que auxilia na venda (legalizada) da droga



Nos EUA, há uma onda crescente de surgimento de startups ligadas ao negócio da maconha. Existem aquelas que oferecem a droga, de várias formas (bebida, fumo etc.), em máquinas similares às de refrigerantes. Outras, focam no e-commerce. E por aí vai. Entretanto, até agora apenas pequenas empresas estavam ligadas ao ramo. Isso até esta semana: a Microsoft, em parceria com uma startup conterrânea, desenvolveu um software que ajuda governos a acompanhar o ciclo (legalizado) de produção da erva nos EUA.
Esqueça o lado ativista da coisa. É simples o motivo de uma gigante da era digital, uma das maiores companhias do planeta, ter ingressado no ramo: grana. No ano passado, a comercialização legalizada de maconha nos Estados Unidos movimentou 4,8 bilhões de dólares. Em 2016, espera-se que sejam 6,5 bilhões. Até 2020, o salto será bem maior: 25 bilhões.
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Hoje, 25 estados americanos já legalizaram a venda. Isso apesar de o governo federal não ter feito o mesmo. Essa disparidade entre os estados e a federação acaba por criar alguns conflitos. Por exemplo: o que ocorre se a erva vem de uma plantação em uma estado onde é permitido e é transportada para outro, onde também é legal, mas, para tal, precisa passar por fronteiras de áreas onde é ilegal? Complicado, não?
É justamente para resolver esse embrulho que a Microsoft criou seu software da maconha. Em um programa da marca, apoiado em recursos de big data e de computação em nuvem (duas das novidades tecnológicas mais badaladas, ambas ligadas à popularização da internet), é possível acompanhar o trajeto da erva, da produção à comercialização. A ideia é auxiliar governos a fiscalizar o negócio.

Não é à toa que as primeiras empresas a entrar nesse ramo vêm da indústria digital. Além da Microsoft, há uma penca de startups ligadas a essa nascente indústria, em especial no Vale do Silício e no estado de Washington – sede da Microsoft e onde a venda recreativa é liberada. Tradicionalmente, o setor da inovação está à frente no quesito “pensar fora da caixinha”. Claro, também pesa o fato de ser comum o uso de drogas, em especial da maconha, por donos e funcionários de icônicas empresas digitais (vide esse vídeo, abaixo, de quando o rapper Snoop Dogg fumou a erva na sede do Twitter, a rede social do passarinho azul; e apurei que funcionários também participaram da “roda” do músico).


Em uma conversa que tive com Dick Costolo, à época CEO do Twitter, ele se mostrou irritado com o caso do Snoop Dogg mandando ver em sua empresa – e, inclusive, fazendo apologia ao uso. Contudo, isso só porque se tratava de um ambiente de trabalho, segundo ele, “não adequado para essa atitude”. Costolo nada tinha contra seus funcionários consumirem o alucinógeno durante momentos de lazer, fora do escritório.
Um executivo de alto-calibre do Vale do Silício pensar dessa forma exibe como está cada vez mais ampla a recepção da maconha nos EUA. Neste ano, aliás, a Califórnia (na qual a venda da versão medicinal já é liberada; e onde se encontra o Vale), assim como outros quatro estados americanos, irão decidir se legalizam a droga de vez, para fins recreativos.
Convenhamos, concorde ou não com o consumo da erva, se ela já se prova tão presente na vida americana, é melhor que seja controlada pelo governo e comercializada por grandes empresas (gerando empregos legalizados), do que permanecer na mão de cartéis e violentos traficantes de drogas.


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